sexta-feira, 25 de julho de 2008

FERNANDA BAPTISTA MORRE AOS 89 ANOS


"Sou a Fernanda Baptista e gosto muito de revista!" foi o grito de guerra com que Fernanda Baptista marcou o seu regresso a primeira figura no programa televisivo de Filipe La Féria, Grande Noite, deixando na altura bem claro que o seu primeiro e único amor foi o teatro de revista.




A fadista e actriz Fernanda Baptista, de 89 anos, criadora de êxitos como "Fado da carta", faleceu hoje, 25 de Julho de 2008 ao princípio da madrugada, no hospital de Cascais, onde se encontrava internada, disse à Lusa um familiar.

Além do "Fado da carta" (João Nobre/Amadeu do Vale) a fadista criou vários outros êxitos e foi primeira figura de várias operetas e revistas, entre elas, "Chuva de mulheres" e "Fonte luminosa".

A sua estreia na revista deu-se em 1945, em "Banhos de sol", a convite do compositor e maestro João Nobre, mas já anteriormente integrara o cartaz do Café Luso, a convite de Filipe Pinto, no início da década de 1940.

O êxito alcançado levou-a a deixar a profissão de costureira que exercia.

"Saudades de Júlia Mendes", "Fui ao baile", "Trapeiras de Lisboa", "Pedrinha da rua", "Fado toureiro" ou "Fado das sombras" foram alguns dos seus êxitos.

A sua última presença em palco foi no musical "Canção de Lisboa" de Filipe la Féria, em 2005.

A fadista foi alvo de várias homenagens, nomeadamente da Associação Portuguesa dos Amigos do Fado, da Câmara de Lisboa e, em 2003, foi condecorada com a Ordem de Mérito pelo Presidente da República, Jorge Sampaio.

Ao longo de mais de 65 anos de carreira artística, a fadista e actriz actuou em cerca de 50 revistas e operetas, gravou centenas de discos e realizou várias digressões, tendo actuado nos Estados Unidos, Brasil, Argentina e Angola.

(NL/Lusa/fim)



Fernanda Baptista nasceu em 1920. Já aos dez anos de idade, a sua paixão pelo teatro era bem visível, a jovem Fernanda adorava mascarar-se e entrava já em peças infantis.

Tem a profissão de modista, que abandona, para se dedicar ao Fado.

Estreou no Café Luso, pela mão de Filipe Pinto, no início dos anos quarenta, onde logo teve um êxito assinalável.

A sua estreia profissional no Teatro de Revista, ocorreu em 1945, na sequência de um convite do maestro João Nobre para participar na revista "Banhos de Sol", substituindo Leónia Mendes. Foi apenas a primeira de mais de trinta revistas em que participou.

Um dos seus maiores sucessos foi em 1969 na revista “Ena Pá Já Fala” com o fado Saudades da Júlia Mendes.Teve no entanto outros grandes êxitos como o "O fado está-lhe nas veias", "Ai, ai, Lisboa", "Fado para esta noite", "Trapeiras de Lisboa", "Fui ao baile", "Fado das sombras", "Um fado para Stuart" e "Fado da carta", etc.

A sua gravação mais recente é de 1981, "Meus amigos, isto é fado", um êxito seu na revista "Dentadinhas na maçã" no Teatro Laura Alves, em Lisboa, em 1974.

Actuou também no Brasil, em Angola e na Argentina e, em 1968, viajou até aos Estados Unidos.

Ao longo de 56 anos de palcos, Fernanda Baptista participou em mais de 45 espectáculos de revista e opereta.

Recentemente integrou o elenco, do musical de Filipe la Feria "A Canção de Lisboa".

Em 2003 o Presidente da República condecorou-a com a Ordem de Mérito.

“Fica assim mais pobre o panorama artístico português. Quer o teatro de revista, quer o fado deixaram de contar com a presença de Fernanda Baptista, mas ela jamais sairá de entre nós”

Textos e fotos da Net

António Inglês





quinta-feira, 24 de julho de 2008

ASSIM VAI O NOSSO PAÍS! QUE RAIO DE PAÍS É ESTE?








Todo este processo de Maddie é complexo e deixa no ar a possibilidade a cada um de nós, de tirar as suas próprias conclusões.
Grave, grave é que nos fica a ideia de que a Justiça para além de não ter funcionado, não nos oferece segurança e ficamos cheios de dúvidas se será igual para todos.
O afastamento do Dr. Gonçalo Amaral foi mais uma prova de que algo vai mal e muita coisa terá de ser explicada.
Segundo se ouviu na TVI, na rubrica "Crime disse ele" do programa "As tardes da Júlia", o Dr. Gonçalo Amaral foi já ameaçado pelos MCane, ou pelos seus representantes, para as afirmações que fará no seu livro sobre a investigação. Segundo o Dr. Gonçalo Amaral, o que vem no seu livro vem no processo, portanto não se percebe a ameaça.
O antigo inspector da PJ acredita que foi afastado porque não quis abandonar a tese da morte da criança, mantém que Maddie está morta e só não há mais provas porque não o deixaram chegar ao fim da investigação. (YouTube)
Não se sabe onde está a verdade e ninguém sabe se alguma vez se descobrirá; se a pequena Maddie foi raptada ou se faleceu mesmo. O que sabemos meus amigos, é que o mal foi dela que viu ceifada a sua ainda breve existência, tenha acontecido uma situação ou outra.
Sou pai e não sei o que faria ou como estaria se me tivessem raptado ou assassinado um filho, e tenho a certeza de que quereria seguramente que toda a verdade viesse ao de cima.
Tudo isto é muito confuso e dá que pensar não dá?
António Inglês

terça-feira, 22 de julho de 2008

NADA COMO O HUMOR DE RAJADA!

*


A propósito de gastronomia, não resisto a contar-vos um pequeno episódio que presenciei quando jantava com minha mulher no Restaurante O Cantinho em Oliveira de Frades.

Tínhamos acabado de nos deliciar com uma excelente vitela de Lafões, prato mais que conhecido na região e muito apreciado pela leveza da carne, tenrinha e saborosíssima.

Estávamos na fase dos cafés e eis que chega um jovem conhecido da casa.

Cumprimentando tudo e todos, dirige-se ao proprietário do Restaurante e troca com ele este diálogo que acho simplesmente fabuloso pelo humor e pela expontaneidade.


Jovem:

- Boa noite Sr. Manel.


Proprietário:

- Boa noite João, tudo bem?


Jovem:

-Tudo. Vinha pedir-lhe uns ossos para o cão, se faz favor.


Proprietário:

- É pá, manda o cão comer cá ao Restaurante.....


Nem vale a pena contar-vos o que aconteceu depois....

Faço notar que os nomes são absolutamente fictícios, até porque nem deles me lembro e pouco importam para a história. Por fim, o jovem acabou por levar aquilo que tinha vindo buscar.

António Inglês

domingo, 20 de julho de 2008

CRÓNICA DE UM PASSEIO DE VERÃO

*


Olá amigos!
Regressados que estamos de cinco fabulosos dias de férias por este nosso Portugal adentro, vamos deixar-vos a proposta de viagem que acabámos de fazer. Não o faríamos se entendêssemos que os contornos e o sucesso da mesma não nos tivesse impressionado. Não que não conhecêssemos as regiões que visitámos, mas porque sempre que estamos alguns anos sem lá voltarmos, muita coisa se altera, se modifica, umas vezes para melhor, outras para pior. No caso, de que vos deixamos o desafio, o saldo é francamente positivo. Comecemos então.


1º Dia

Esteja onde estiver, dirija-se até à zona centro e tenha como primeira paragem Tábua com toda a paisagem paradisíaca que a rodeia, enquadrada pela serras da Estrela, da Lousã, do Buçaco e do Caramulo. O rio Alva e o rio Mondego, encarregam-se de lhe emprestar a frescura natural e nela vão serpenteando por entre montes e vales. Tábua mantém um ar tradicional, com uma evolução calma e um desenvolvimento sustentado, seguro e equilibrado.



Aproveite e almoce no Tóino Moleiro, excelente montra gastronómica da cidade, onde comprovámos a afirmação, isto para além de uma relevante simpatia do staff. Saímos satisfeitos, com a promessa de voltarmos em breve, pois por ali nem só a barriga “come”.
Depois, siga em direcção a Santa Comba Dão, Tondela, Viseu, onde poderá parar durante algumas horas uma vez que terá curiosidade em ver de perto o Palácio do Gelo e a cidade.



Viseu, já anteriormente nos tinha surpreendido favoravelmente, numa recente viagem que fizemos, embora de passagem e sem grande tempo nessa altura.
Está um espanto e deixou-nos água na boca pelo seu desenvolvimento, nomeadamente no que às acessibilidades diz respeito. A malha habitacional vai-se manifestando de forma equilibrada e com manifesto bom senso paisagístico.



Siga depois por Vouzela, dê um pulinho às termas de São Pedro do Sul, e acabe a noite em Oliveira de Frades, lindíssima Vila da região de Lafões. A Albergaria Ulveira foi quem nos recebeu para passar-mos a noite, e confesso-vos que gostamos sempre de ali ficar pois o ambiente é agradável e confortável. O preço é óptimo para a época.



Poderíamos ter jantado na Albergaria mas optámos por o fazer no Restaurante O Cantinho, mesmo em frente da Ulveira. De ambiente familiar, sem grandes luxos, sentá-mo-nos na esplanada, que o calor era tremendo, e pedimos aquilo que é no fundo o prato mais característico da região, a vitelinha de Lafões.



Excelente meus amigos, extraordinária aquela vitela que a dona do Restaurante nos aconselhou com os respectivos acompanhamentos. No fim, para ficarmos ainda mais pelo beicinho, o preço foi uma agradável surpresa, 13 €uros, coisa rara nos tempos actuais.


DIA

Pequeno almoço tomado, bagagem no carro, seguimos em direcção a Seia, tendo passado de novo por Vouzela e Viseu, seguindo depois por Nelas até Seia, onde visitámos o Museu do Pão e onde almoçámos também.



Não sei qual das situações foi melhor, se a visita se o almoço. Desconheço quem teve a feliz ideia deste Museu, mas posso assegurar-vos que a visita merece a pena e lamento que as autarquias deste país não tenham possibilidades de enviar as nossas crianças até àquele museu, para ficarem a saber como se faz o pão e de onde vem. Melhor que as palavras, são as fotos que vos deixo.



Logo após esta visita deliciosa e enriquecedora, rumámos à Serra da Estrela que atravessámos até Manteigas, mais uma bela Vila na encosta da serra. Deu para visitar família e para desenferrujar as pernas, aproveitando o momento para ajudar na digestão do requintado banquete que nos fora servido no Museu do Pão.


Seguimos depois viagem até à Varanda dos Carqueijais onde ficámos e jantámos.
Começam a faltar-me os adjectivos para vos descrever a paisagem que a Estalagem nos proporciona. A Covilhã a nossos pés acaba com o resto e senti mo-nos rendidos a tudo o que já visitámos.



Pelas 20 horas, altura em que chegámos à Varanda dos Carqueijais, não deixámos de tomar uma valente banhoca na piscina, que não obstante já não sentir os raios solares, fez questão de nos fazer acreditar que estávamos no paraíso.

Uma pequena arrelia com a bateria do nosso carro não foi suficiente para nos derrotar e continuámos a nossa aventura.



Aconselhamos vivamente uma estadia neste empreendimento turístico da Serra da Estrela, onde sentirão como é possível encontrar um local para retemperar energias.



DIA

Carro em deficientes condições, bagagem devidamente acomodada, rumámos à Covilhã, na expectativa de conseguirmos uma rápida reparação do veículo. Não foi possível e nem a oficina se mostrou muito interessada na reparação, sem que tivéssemos percebido porquê. Sinceramente não é este tipo de atendimento que promove uma região e uma localidade junto dos visitantes.


Mas, uma andorinha não faz a primavera e como não sou homem de me acomodar, decidimos regressar a casa, interrompendo a viagem que até ali nos tinha encantado. Foram duas horas e meia de regresso. Como a reparação foi rápida e o carro nos pareceu de novo em óptimas condições, desafiei minha mulher para neste mesmo dia, regressarmos ao ponto de onde partíramos antes da avaria, Covilhã, continuando assim o nosso programa de mini-férias, não sem antes termos almoçado por casa.



Não foi difícil convencê-la e retomámos, sete horas depois, o percurso devidamente preparado, tendo seguído da Covilhã para a Guarda, depois Celorico da Beira, Trancoso, Vila Nova de Foz Côa, Torre de Moncorvo, Vila Flor e Macedo de Cavaleiros onde éramos para ficar mas onde apenas jantámos.
As alterações verificadas no programa, modificando horários e visitas, sugeriu-nos seguir viagem até Bragança, por forma a recuperar-mos no dia seguinte o tempo perdido.



Assim foi feito e acabámos por ficar na Estalagem do Turismo na cidade transmontana de Bragança, onde já não íamos há tantos anos.
É desta forma, com ausências grandes, que constatamos a mutação que as nossas cidades vão sofrendo e hoje é relativamente fácil chegarmos até regiões a onde outrora levaríamos um dia inteiro a chegar. Encontrámos a cidade transfigurada para bastante melhor, com vias de acesso renovadas e inovadas, construção moderna e ordenada e um desenvolvimento social e turístico de realçar.



Rotundas, (hoje em grande expansão nas nossas cidades, vilas e até aldeias), vias largas e envolventes, tirando do centro a circulação automóvel, para bem dos cidadãos e do ambiente. Rios e ribeiras devidamente tratadas e arranjadas, onde dá gosto sentar-mo-nos à sua beira, descansando e deleitando a vista.



Sei que todo este desenvolvimento não apaga os muitos anos de isolamento, mas as regiões do interior começam a recuperar aos poucos o lugar que merecem e lhes pertence.



DIA

De novo com um soberbo pequeno almoço, saímos de Bragança com intenção de dar um pulinho até Rio d’Onor, dividida entre Portugal e Espanha, mas uma deficiente informação verbal levou-nos quase até Zamora, pelo que voltámos de novo a Bragança, e acabámos em Gimonde no Restaurante O Abel, recomendado, pois pretendíamos comer uma posta mirandesa de qualidade.



O conselho mostrou-se, este sim, correcto e delicia-mo-nos com uma excelente “posta” que as fotos melhor documentam. A visitar, não esqueçam, Restaurante O Abel em Gimonde a curtos, três/ quatro quilómetros de Bragança. Preço não muito caro e acessível.



Depois deste sensacional almoço, rumámos a Vinhais e Chaves onde tomámos um cafézinho e demos uma ligeira passeata para ajudar na digestão. Depois Vila Pouca de Aguiar, Fafe, Guimarães, Braga e finalmente Barcelos, destino da última noite desta pequena aventura.



Em Barcelos ficámos no Hotel Bagoeira, outrora Pensão da Bagoeira, onde sempre fiquei com meus pais quando ali íamos assistir às festas das Cruzes, célebres em todo Alto Minho e não só. Ali jantámos também, embora em regime de contenção pois o almoço fora farto, o que convenhamos, não foi nada agradável pois a Bagoeira tem fama (e proveito) de bem servir. Estadia óptima num Hotel muito agradável. O restaurante a servir como o faz há muitos anos, em quantidade e qualidade, se bem que um pouco caro para as bolsas portuguesas.



DIA

Depois de um excelente pequeno almoço, seguimos a nossa viagem por Esposende, Viana do Castelo e parámos em Caminha, retemperando forças, revivendo a Vila, as suas gentes, as suas pedras, os seus costumes, o seu ambiente e o seu ... cheirinho...



A Adega do Chico recebeu-nos para almoçar, onde nos deliciámos com um bacalhau à Chico de comer e chorar por mais.



Não podia faltar uma visita à minha praia de Afife.
É sempre um momento de muita emoção quando ali nos sentamos, olhando o nosso mar, sentindo o cheiro maravilhoso do sargaço e ouvindo as ondas que de mansinho se deitam no areal da praia, ou se espalham pelas muitas rochas que enfeitam a costa.




Resta-nos a consolação de que brevemente voltaremos, então sim para umas merecidas férias nessa lindíssima e insubstituível praia de Afife. O Minho está e estará sempre nos nossos corações.



Mas, era chegada a hora do regresso, e lá nos fizemos à estrada, em direcção ao Porto, depois Aveiro, tomando ali a nova A17 que nos trás direitinhos às Caldas da Rainha, mas que segue ela até Lisboa.

Despedi-mo-nos de Caminha, que engalanada espera já a Feira Medieval que vai ter lugar no próximo fim de semana.



Foram quatro noites, cinco dias de um passeio fabuloso, onde conseguimos equilibrar os gastos com tudo aquilo que gostaríamos de visitar, e cumprimos. Sinceramente aconselhamos a todos aqueles que gostam de aventura e de passear por entre montes e vales deste nosso Portugal tão pequenino mas que nos proporciona passeios e estadias maravilhosas.



As fotos que aqui vos deixo ilustram melhor que as palavras tudo aquilo por que passámos. Além disso, toda a região, iniciado o Verão, começa a receber as suas festividades que são o culminar de um ano de labuta. Nem todas famosas, mas sempre populares e alegres, é assim o povo minhoto.

Foi bom, mas acabou e como tudo o que é bom acaba depressa, a nossa aventura chegou ao fim. É pena.

Um abraço a todos.

António