sábado, 23 de fevereiro de 2008

OS BÚZIOS EM SÁBADO À NOITE !



Um resto de fim de semana bem passado!

ANA MOURA!

JOSÉ MANUEL CERQUEIRA AFONSO DOS SANTOS.

*****
ZECA AFONSO

Em 1987, José Afonso deixou-nos, vítima de doença incurável. Além de ser, juntamente com Adriano Correia de Oliveira, um dos mentores da canção de intervenção em Portugal e um baladeiro/compositor notável, soube conciliar a música popular portuguesa e os temas tradicionais com a palavra de protesto. Zeca trilhou, desde sempre, um percurso de coerência. Na recusa permanente do caminho mais fácil, da acomodação, no combate ao fascismo salazarento, na denúncia dos oportunistas, dos "vampiros" que destroçaram Abril, no canto da cidade sem muros nem ameias, do socialismo, da "utopia".
Injustiçado por estar contra a corrente, morreu pobre e abandonado pelas instituições. Mas não temos dúvidas, a voz de "Grândola" perdurará para lá de todos os chacais.




José Manuel Cerqueira Afonso dos Santos (Aveiro, 2 de Agosto de 1929 — Setúbal, 23 de Fevereiro de 1987), mais conhecido por José Afonso ou Zeca Afonso, foi um cantor e compositor português. Não obstante o seu trabalho com o fado de Coimbra e a música tradicional, José Afonso ficou indelevelmente associado e música de intervenção, através da qual criticava o Estado Novo, regime de ditadura vigente em Portugal entre 1933 e 1974



Foi criado pela tia Gé e pelo tio Xico, numa casa situada no Largo das Cinco Bicas, em Aveiro, até aos 3 anos (1932), altura em que foi viver com os pais e irmãos, que estavam em Angola havia 2 anos. A relação física com a natureza causou-lhe uma profunda ligação ao continente africano que se reflectirá pela sua vida fora. As trovoadas, os grandes rios atravessados em jangadas, a floresta esconderam-lhe a realidade colonial. Só anos mais tarde saberá o quão amarga é essa sociedade, moldada por influências do apartheid.



Em 1937, volta para Aveiro onde é recebido por tias do lado materno, mas parte no mesmo ano para Moçambique, onde se reencontra com os pais e irmãos em Lourenço Marques (agora Maputo), com quem viverá pela última vez até 1938, data em que vai viver com o tio Filomeno, em Belmonte. O tio Filomeno era, na altura, presidente da câmara de Belmonte. Lá, completou a instrução primária e viveu o ambiente mais profundo do Salazarismo, de que seu tio era ferveroso admirador. Ele era pró-franquista e pró-hitleriano e levou-o a envergar a farda da Mocidade Portuguesa. «Foi o ano mais desgraçado da minha vida», confidenciou Zeca.



Zeca Afonso vai para Coimbra em 1940 e começa a cantar por volta do quinto ano no Liceu D. João III. Os tradicionalistas reconheciam-no como um bicho que canta bem. Inicia-se em serenatas e canta em «festarolas de aldeia». O fado de Coimbra, lírico e tradicional, era principalmente interpretado por si. Os meios sociais miseráveis do Porto, no Bairro do Barredo, inspiraram-lhe para a sua balada «Menino do Bairro Negro». Em 1958, José Afonso grava o seu primeiro disco "Baladas de Coimbra". Grava também, mais tarde, "Os Vampiros" que, juntamente com "Trova do Vento que Passa" (um poema de Manuel Alegre, musicado e cantado por Adriano Correia de Oliveira) se torna um dos símbolos de resistência antifascista da época. Foi neste período (1958-1959) professor de Francês e de História na Escola Comercial e Industrial de Alcobaça.



Em 1964, parte novamente para Moçambique, onde foi professor de Liceu, desenvolvendo uma intensa actividade anticolonialista o que lhe começa a causar problemas com a polícia política pela qual será, mais tarde, detido várias vezes. Quando regressa a Portugal, é colocado como professor em Setúbal, mas, devido ao seu activismo contra o regime, é expulso do ensino e, para sobreviver, dá explicações e grava o seu primeiro álbum, "Baladas e Canções".


Entre 1967 e 1970, Zeca Afonso torna-se um símbolo da resistência democrática mantém contactos com a LUAR (Liga Unitária de Acção Revolucionária) e o PCP o que lhe custará várias detenções pela PIDE. Continua a cantar e participa, em 1969, no 1º Encontro da "Chanson Portugaise de Combat", em Paris e grava também o LP "Cantares do Andarilho", recebendo o prémio da Casa da Imprensa pelo melhor disco do ano, e o prémio da melhor interpretação. Zeca Afonso passa a ser tratado nos jornais pelo anagrama Esoj Osnofa em virtude de ser alvo de censura.


Em 1971, edita "Cantigas do Maio", no qual surge "Grândola Vila Morena", que será mais tarde imortalizada como um dos símbolos da revolução de Abril. Zeca participa em vários festivais, sendo também publicado um livro sobre ele e lança o LP "Eu vou ser como a toupeira". Em 1973 canta no III Congresso da Oposição Democrática e grava o álbum "Venham mais cinco". Após a Revolução dos Cravos continua a cantar, grava o LP "Coro dos tribunais" e participa em numerosos "cantos livres". A sua intervenção política não pára, tornou-se um admirador do período do PREC e em 1976 apoia Otelo Saraiva de Carvalho na sua candidatura à presidência da república.


Os seus últimos espectáculos decorreram no Coliseu de Lisboa e do Porto, em 1983, quando Zeca Afonso já se encontrava doente. No final desse mesmo ano, é-lhe atribuída a Ordem da Liberdade, mas o cantor recusa. Em 1985 é editado o seu último álbum de originais, "Galinhas do Mato", em que, devido ao avançado estado da doença, José Afonso não consegue cantar na totalidade. Em 1986, já em fase terminal da sua doença, apoia a candidatura de Maria de Lurdes Pintassilgo à presidência da república.
José Afonso morreu no dia 23 de Fevereiro de 1987, no Hospital de Setúbal, às 3 horas da madrugada, vítima de esclerose lateral amiotrófica. Será certamente recordado como um resistente que conseguiu trazer a palavra de protesto antifascista para a música popular portuguesa e também pelas suas outras músicas, de que são exemplo as suas baladas.




Enquanto Há Força


Enquanto há força
No braço que vinga
Que venham ventos
Virar-nos as quilhas
Seremos muitos
Cantai rapazes
Dançai raparigas
E vós altivas
Cantai também
Levanta o braço
Faz dele uma barra
Que venha a brisa
Lavar-nos a cara
Seremos muitos
Seremos alguém
Cantai rapazes
Dançai raparigas
E vós altivas

Cantai também



“não sei se existes
mundo de cantares solidários
mas sei que não me habituei
a esquecer-me de ti”



Fazem hoje 21 anos que Zeca Afonso nos deixou, e é com esta quadra de Constança Lucas que evoco sua a memória. Jamais o esqueceremos. Jamais perderemos de vista a palavra liberdade!

Fontes: Textos de Wikipédia e outras da Net

Fotos da Net

José Gonçalves



sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

NOVO DESAFIO OU DESAFIO NOVO!

*

A minha Amiga Maria, do Cheiro da Ilha, "lançou-me" este desafio, diferente dos habituais que correm aqui na blogosfera. Consiste em escolher 12 palavras, aquelas que nos dizem algo de especial, e escrever um texto.
Escrever um texto não me satisfaz neste desafio. Por isso que me perdoe a Maria mas resolvi escolher 12 (doze) palavras que me dizem algo e escrevi para cada letra que as compõem qualquer coisa que se conjugue com a palavra que formam.

Então aqui vai:

AMOR

A – amizade
M – malandrice
O - olhos
R – recordação

PAIXÃO

P – prazer
A – ardor
I – ilimitado
X – xi-coração
à – ansiedade
O – odor

BEIJO

B - bocas
E - enleados
I - inigualável
J – junção
O – óptimo

ABRAÇO

A – amor
B – braços
R – razão
A – amizade
Ç – consolo
O – ombro

FAMÍLIA

F – felicidade
A – amparo
M – mãe
I – irmão
L – lídia
I – irmã
A – amor

LEALDADE

L – luta
E – esperança
A – amizade
L – louvor
D – dedicação
A – aprumo
D – dádiva
E – escolha

MAR

M – maresia
A – âncora
R – remoinho

AMIGO

A – autênticidade
M – maturidade
I – irrepreensível
G – guarda
O – ouvinte

FILHOS

F – família
I – irreverência
L – lindos
H – higiéne
O – orgulho
S – sacrifício

SAÚDE

S – sabedoria
A – alerta
U – urgência
D – doença
E – estabilidade

ALEGRIA

A – ansiedade
L – loucura
E – estabilidade
G – gargalhada
R – rir
I – inteligência
A – ambiente

HONRA

H – honestidade
O – obrigação
N – norma
R – rigor
A – atitude

Devo desafiar 12 blogues, que são:

A ver o mar
Aramis Cavalgada
Brancamar
Cantares de Amigo
Devaneios da Rakel
Fernanda & Poemas
Instantes da Vida
Joaninha Voa Voa
Lisa’s Mau Feitio
São Banza
Sexta-Feira
Sombras de Mim

Agora minhas amigas toca a responder a mais este e não se cansem muito porque outros virão...

Muito obrigada, Maria, um beijinho...

José Gonçalves

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

VOLTÁMOS AOS PRÉMIOS!

*

Do blog Sexta-feira da “nossa” Elvira Carvalho chegou-me há uns dias este prémio que lhe foi outorgado pelo blog Dualidades, quando este fez três meses no passado dia 14 de Fevereiro.
Para comemorar esses três meses de existência, os autores do Dualidades decidiram fazer um selo para oferecerem aos seus habituais leitores., dando-lhe s a indicação de que deveriam passá-lo a sete outros blogs que no seu entender o merecessem.
Foi assim que a “nossa” querida amiga Elvira Carvalho, mais uma vez resolveu escolher-me de entre aqueles que no entender dela estarão contemplados nessa classificação.
Não encontro as palavras que descrevam de novo, o quanto a Elvira representa para todos nós. As suas palavras e as suas atitudes são o bálsamo que necessitamos para continuar-mos a encontrar-mo-nos quase diariamente.
Comungam desta minha opinião seguramente os autores do blog Dualidades, uma vez que dedicaram à “nossa” Elvira Carvalho este selo comemorativo de um data festiva, certos de que as escolhas que a Elvira faria para dar continuidade à oferta deste selo, seria a mais acertada.
Daqui envio os meus agradecimentos à Elvira Carvalho pela oferta que me fez. Aos autores do blog Dualidades envio os meus parabéns e os desejos de que se mantenham pela blogosfera muitos e bons anos.
Tentarei honrar a distinção escolhendo então sete dos amigos com que partilho de perto muita amizade e solidariedade.


São eles:


A VER O MAR http://sophiamar.blogspot.com/
ARAMIS
http://aramis-cavalgada.blogspot.com/
INSTANTES DA VIDA
http://amigonasempreblogger.blogspot.com/
BRANCAMAR
http://brancamar.blogspot.com/
FORUM CIDADANIA
http://forum-cidadania.blogspot.com/
O CHEIRO DA ILHA
http://ocheirodailha.blogspot.com/
SÃO
http://saobanza.blogspot.com/




Da Elvira Carvalho, veio ainda o Prémio Amizade, - obrigada amiga, - e este vai para todos os que se encontram linkados, porque a todos tenho na conta de amigos.

José Gonçalves

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

LAMENTÁVEL !!!

*

“ Não posso deixar de partilhar convosco um documento jornalístico que me foi enviado, devidamente identificado, que mais não é do que um trabalho de leitura do recente relatório da Auditoria feita à Junta de Freguesia de São Martinho do Porto, especialmente tendo em atenção o Sumário Executivo, as Recomendações e a Decisão do referido relatório, que é já do conhecimento público.

Mais uma vez a Vila de São Martinho do Porto aparece nas manchetes pelos piores motivos.”

José Gonçalves



Tribunal de Contas condenou com mão pesada

Junta de São Martinho do Porto por pagamentos ilegais



Pagamentos ilegais superiores a 448 mil euros, ilegalidade graves, gestão danosa, admissão de pessoal sem cumprimento das formalidades legais, são algumas das muitas situações graves comprovadas pelo Tribunal de Contas, na auditoria financeira efectuada à Junta de Freguesia de S. Martinho do Porto, e cujo relatório final foi agora tornado público.

As penalizações propostas mostram que o Tribunal de Contas condenou com mão pesada esta Junta.

Só nos anos de 2003 e 2004 aquele Tribunal detectou um extenso rol de ilegalidades agrupadas num cúmulo de seis tipos de infracções, em que cada grupo é sancionado com multas graduadas que podem variar entre as 15 e as 150 UC (cada UC equivale a cerca de 96 euros). O montante global destas multas, pode variar entre um mínimo de dez mil

euros e os 86 mil. Uma fortuna que terá que ser paga com os dinheiros públicos.

O Tribunal de Contas mandou remeter as conclusões da auditoria ao Ministério Público, sendo agora o Tribunal Administrativo e Fiscal de Leiria encarregado de fazer executar as graves penalizações.

Ficou provado que o executivo desta Freguesia manifestou incapacidade para gerir os destinos deste órgão de poder local cometendo muitas ilegalidades e irregularidades administrativas e financeiras.

Mais grave é que Junta cometeu muitas destas ilegalidades com dolo, pois ao longo do tempo tem sido alertada para corrigir as situações, mas os autarcas preferiram optar pela postura autoritária e arrogante, não respeitando nada nem ninguém e persistindo nos erros.

Na sequência desta condenação, alguns actos, da Junta vão ser remetidos a outras entidades, como o Tribunal Administrativo, para apurar responsabilidades. Em algumas das quais, os autarcas poderão vir a ter que pagar com a perda de mandato.

Alguns factos são susceptíveis de serem remetidos até para a Policia Judiciária, como o caso conhecido como “o terreno do Coutinho”.



Escasseiam receitas abundam os encargos

Na altura em que a auditoria foi realizada, o Presidente da Junta manifestou-se tranquilo e classificou a auditoria como pedagógica e que estava aprender muito. Aprendeu que a Junta saiu condenada num grande número de ilegalidades, e ainda teve que suportar os custos da auditoria que ascendem a 17 mil euros.
O futuro financeiro desta Freguesia pode estar fortemente comprometido por tamanhos encargos, sabendo-se que esta Junta cometeu o crime de fuga ao fisco e anda actualmente a pagar em prestações a segurança social e impostos.
Só de dívidas à segurança social foi apurado uma dívida de 100.000 euros.
A par disso a Freguesia anda ainda a pagar prestações de um mini-autocarro, anda a pagar prestações de uma viatura pick-up e de uma ambulância que ofereceu aos bombeiros da vila.
Com um grande volume de encargos, a Junta confronta-se com uma enorme falta de recursos financeiros para fazer face a muitas e grandes despesas. E, corre o risco, de ainda perder uma importante fonte de receitas - o ilegal Parque de Campismo.



Parque de Campismo pode ter fim à vista

O Parque de Campismo “Baía Azul”, ilegal desde a sua origem, corre o risco de ser encerrado a muito curto prazo acabando-se o empreendimento que tem sido apontado como a galinha dos ovos de ouro.
Este empreendimento não poderá ser legalizado pois o Tribunal de Contas assegura que aquele equipamento “não se encontra previsto em nenhum dos instrumentos de gestão territorial (
PDM, PP, POOC)” e deu um prazo de 90 dias à Câmara de Alcobaça para sanar a ilegalidade.
A violação culposa dos instrumentos de ordenamento do território ou de planeamento urbanístico válidos e eficazes é punida com perda de mandato.
No âmbito do mesmo processo, o Município de Alcobaça, em informações prestadas por escrito ao Tribunal de Contas, deixou claro que a solução será a sua deslocalização.
Contudo não será possível transferir aquele empreendimento para outro local num tão curto espaço de tempo. Pelo que, só resta o encerramento.
O Presidente da Câmara em declarações a um jornal afirmou recentemente que tinha o projecto de construir naquele local uma piscina municipal, sinal de que não se irá envolver em defender o indefensável Parque.
Não haverá tempo para resolver o problema em 90 dias, mas há muito tempo que a Junta sabe que o Parque naquele local tinha os dias contados e foi avisada para não malbaratar dinheiro em obras num empreendimento com futuro condenado.
Mesmo assim a Junta estragou milhares de euros naquele Parque ilegal a fazer obras ilegais e que se vão tornar inúteis, quando poderia e deveria ter feito investimentos num novo e bem apetrechado parque de campismo que muita falta faz à vila.
Mais uma vez a Junta agiu com dolo e estes autarcas prestaram um mau serviço à freguesia e à população.
Em apenas dois anos, foi detectada tão grande quantidade de irregularidades e uma má gestão dos dinheiros públicos.
Se a inspecção tem abarcado mais anos, muitas outras situações se teriam descoberto. Se este executivo continuar a dirigir a Freguesia será o descalabro.
JM



“Confirmam-se assim as mais graves preocupações dos membros da bancada do Partido Socialista nesta Assembleia de Freguesia, que vêm desta forma confirmadas todas as chamadas de atenção feitas ao longo deste último mandato ao executivo da Junta de Freguesia de São Martinho do Porto.
Não foi pois à falta de sucessivos avisos, que este executivo deixou de cometer os erros que infelizmente cometeu e aos quais deu continuidade nos anos que se seguíram a 2003/2004.
Tanto quanto sei, nunca foi posta a questão de desvios de dinheiro mas sim as questões que se prendiam com a má gestão que vinha sendo feita.
Fica assim demonstrado à população de São Martinho do Porto, a razão que levou na grande maioria das vezes, a bancada dos membros eleitos pelo Partido Socialista a votarem contra, sempre que as propostas se apresentavam feridas de legalidade.”
José Gonçalves


Este Relatório está todo transcrito no site do TC:

https://www.tcontas.pt/pt/actos/rel_auditoria/2008/audit-dgtc-rel004-2008-2s.pdf

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

49 ANOS DA MORTE DE GAGO COUTINHO!

*

Carlos Viegas Gago Coutinho, (1869-1959)



“ Passam hoje, dia 18 de Fevereiro de 2008, 49 anos que Gago Coutinho, ilustre almirante geógrafo e navegador português, faleceu.”



“ Como curiosidade, Gago Coutinho nasceu a 17 de Fevereiro de 1869 e faleceu a 18 de Fevereiro de 1959, tinha eu dez anos.”



Em 1922, com a colaboração de Sacadura Cabral, efectuou a primeira travessia aérea entre a Europa e a América do Sul, que lhe trouxe reconhecimento mundial. Criou, para o efeito, um sextante com horizonte artificial.”



Carlos Viegas Gago Coutinho, nasceu em Belém, Lisboa, em 17 de Fevereiro de 1869. Era filho de José Viegas Gago Coutinho e de Fortunata Maria Coutinho. Em 1885 concluiu o curso do Liceu e matriculou-se na Escola Politécnica para preparar a sua entrada na Escola Naval, um ano depois. Entrou para a Armada como aspirante em 1886. Em 1890 foi promovido a guarda-marinha, em 1891 a segundo-tenente, e em 1895 passou a primeiro-tenente. Em 1907 foi promovido ao posto de capitão-tenente e em 1915 ao posto de capitão-de-fragata. Em 1920 passou a capitão-de-mar-e-guerra. Em 1922 foi promovido ao posto de vice-almirante, e em 1958 a almirante. Podemos dividir a actividade de Gago Coutinho em quatro áreas, que se sucedem cronológicamente enquanto áreas de actuação prioritária: marinha, sobretudo de 1893 a 1898, trabalhos geográficos, entre 1898 e 1920, navegação aérea, de 1919 a 1927, e história da náutica e dos descobrimentos, de 1925 a 1958.



O seu primeiro embarque prolongado foi na corveta “Afonso de Albuquerque”, de 7 de Dezembro de 1888 a 16 de Janeiro de 1891, em viagem para Moçambique e na Divisão Naval da África Oriental. Desta corveta passou à canhoneira “Zaire”, na qual esteve até 24 de Abril de 1891, viajando para Lisboa. Colocado na Divisão Naval da África Ocidental, embarcou sucessivamente na lancha-canhoneira “Loge”, que comandou, na canhoneira “Limpopo”, na canhoneira “Zambeze”, e na corveta “Mindelo”. Em serviço nesta corveta no Brasil em 1894 contraiu a febre amarela, pelo que foi internado no Hospital da Beneficência Portuguesa no Rio de Janeiro. De

novo na Metrópole, esteve embarcado na canhoneira “Liberal” e na corveta “Duque da Terceira”. Fez nova viagem no Atlântico Norte na corveta “Duque da Terceira”. Viajou até Moçambique no transporte “Pero de Alenquer” e depois passou à corveta “Rainha de Portugal”, e em seguida à canhoneira “Douro”, que o trouxe para Lisboa. Embarcou depois na corveta couraçada “Vasco da Gama”, até 31 de Março de 1898, da qual transitou para a sua primeira comissão de geógrafo ultramarino, em Timor.




Desde Março de 1898 a maior parte da actividade de Gago Coutinho desenvolveu-se no âmbito da Comissão de Cartografia, nascida em 1883, primeiramente em trabalhos de campo de delimitação de fronteiras ou de geodesia processados em Timor, Moçambique, Angola, e S. Tomé, e a partir de 1919 como vogal, passando a presidir aos seus destinos em 1925, até à sua transformação na Junta de Investigações do Ultramar, em 1936.

Entre 27 de Julho de 1898 e 19 de Abril de 1899, Gago Coutinho esteve envolvido em trabalhos de campo, na delimitação de fronteiras de Timor e no levantamento da carta deste território. De regresso à metrópole, foi nomeado para a delimitação de fronteiras no Niassa, trabalho que decorreu entre 5 de Setembro de 1900 e 28 de Fevereiro de 1901. Partiu depois para Angola, onde se dedicou à delimitação da fronteira de Noqui para o rio Cuango, até fins de 1901. Em seguida trabalhou na delimitação de fronteiras no distrito de Tete, em Moçambique, entre 27 de Fevereiro de 1904 e 18 de Dezembro de 1905.




Foi nomeado chefe da Missão Geodésica da África Oriental, nela tendo trabalhado durante cerca de 4 anos, de Maio de 1907 até ao início de 1911. Foi nesta missão que conheceu Sacadura Cabral, com quem travou amizade e que viria a ser o mentor dos projectos futuros de navegação aérea. Em seguida foi escolhido para chefiar a missão portuguesa de delimitação da fronteira de Angola no Barotze, a qual só se constituiu definitivamente em 1912. Regressando à metrópole em 1914, foi nomeado em 1915 chefe da Missão Geodésica de S. Tomé.

Os seus trabalhos ao serviço da Comissão de Cartografia, foram interrompidos apenas pelos períodos em que esteve embarcado nas canhoneiras “Sado” na Índia e “Pátria” em Timor, de Setembro de 1911 a Agosto de 1912, e de Março de 1922 a Dezembro de 1923, quando da travessia aérea Lisboa-Rio de Janeiro.

Em meados de 1919, quando terminava os trabalhos relativos à missão geodésica de S. Tomé, Gago Coutinho, incentivado por Sacadura Cabral, começou a dedicar-se ao progresso dos métodos de navegação aérea. Tinham voado pela juntos pela primeira vez em 1917. Sacadura Cabral planeara já a viagem aérea ao Brasil, que pretendia fazer por altura da comemoração do centenário da independência desse país, em 1922. Gago Coutinho passou então a dedicar-se à resolução dos problemas que se punham à navegação aérea sem pontos de referência à superfície.




Para experimentar os processos de navegação aérea em estudo, Sacadura Cabral e Gago Coutinho fizeram diversas viagens juntos, incluindo a primeira viagem aérea entre Lisboa e Funchal, em 1921, aperfeiçoando deste modo os métodos de observação em desenvolvimento. Estes estudos culminaram em 1922 com a realização da viagem aérea entre Lisboa e o Rio de Janeiro.

Foi membro de diversas associações científicas, entre as quais a Academia das Ciências, a Academia Portuguesa de História, a Sociedade de Geografia de Lisboa e várias Sociedades de Geografia do Brasil.




Actividade Científica

Gago Coutinho realizou muitos trabalhos de delimitação de fronteiras das colónias portuguesas, nomeadamente em Timor, Moçambique e Angola. Em Timor procedeu à demarcação da fronteira com a parte da ilha então ocupada pelos holandeses, nos anos de 1898 e 1899. Em Moçambique delimitou as fronteiras no Zambeze e no lago Niassa, no ano de 1900, estabelecendo também triangulações. Em 1901 e 1902 chefiou a equipa de delimitação de fronteiras no Norte de Angola, entre esta colónia e o Congo Belga. Entre 1907 e 1910 trabalhou de novo em Moçambique, para voltar a Angola em 1912 em trabalhos de delimitação da fronteira Leste com a Rodésia. Entre 1915 e 1918 chefiou a missão geodésica em S. Tomé, onde implantou marcos para o estabelecimento de uma rede geodésica da ilha, após o que fez observações de triangulação, medição de precisão de duas bases e numerosas observações astronómicas. No decurso destas observações comprovou a passagem da linha do Equador pelo Ilhéu das Rolas. A Carta resultante destas observações foi entregue em 1919 em conjunto com o Relatório da Missão Geodésica da Ilha de S- Tomé 1915-1918, que foi considerado oficialmente o primeiro trabalho de geodesia completo referente a uma das colónias portuguesas. Faleceu em Lisboa a 18 de Fevereiro de 1959.




O que celebrizou Gago Coutinho foi o seu trabalho científico pioneiro na navegação aérea astronómica e a realização, com Sacadura Cabral, da primeira travessia aérea do Atlântico Sul, entre Lisboa e o Rio de Janeiro. A partir do momento em que voou pela primeira vez com Sacadura Cabral, em 1917, Gago Coutinho tentou resolver os problemas que se punham à navegação aérea astronómica. Colocava-se o problema da dificuldade de definição da linha do horizonte a uma altura normal de voo. A dificuldade em efectuar medições precisas de posição em situação de voo com um sextante vulgar colocava problemas de natureza instrumental e metodológica.
Para resolver o problema de medição da altura de um astro sem horizonte de mar disponível Gago Coutinho concebeu o primeiro sextante com horizonte artificial que podia ser usado a bordo das aeronaves. Este instrumento, que Gago Coutinho denominou «astrolábio de precisão» permite materializar um horizonte artificial através de um nível de bolha de ar e é dotado de um sistema de iluminação eléctrico do nível de bolha que permite fazer observações nocturnas. Entre 1919 e 1938 Gago Coutinho dedicou-se ao aperfeiçoamento deste instrumento, que veio a ser fabricado e difundido pelo construtor alemão C. Plath com o nome de «System Admiral Gago Coutinho


Em colaboração com Sacadura Cabral concebeu e construiu um outro instrumento a que chamaram «Plaqué de abatimento» ou «corrector de rumos», que permitia calcular graficamente o ângulo entre o eixo longitudinal da aeronave e o rumo a seguir, considerando a intensidade e direcção do vento.

Para comprovar a eficácia dos seus métodos e instrumentos, Gago Coutinho e Sacadura Cabral fizeram várias viagens aéreas, entre as quais uma viagem Lisboa-Funchal, em 1921, em cerca de sete horas e meia. Nesta viagem, Gago Coutinho executou 15 cálculos de rectas de altura e várias observações da força e direcção do vento.Segundo escreveu, os processos de navegação utilizados “eram os suficientes para demandar com exactidão qualquer ponto afastado da terra, por pequeno que fosse, recurso este que se tornava muito essencial numa projectada viagem aérea de Lisboa ao Brasil”. A viagem que finalmente demonstrou a todo o mundo o valor destes instrumentos e métodos foi a travessia aérea do Atlântico Sul, entre Lisboa e o Rio de Janeiro, entre 30 de Março e 17 de Junho de 1922.



Após esta viagem e as subsequentes homenagens e recepções oficiais, Gago Coutinho continuou a trabalhar na Comissão de Cartografia e passou a dedicar grande parte da sua atenção à história das viagens do descobrimento dos séculos XV e XVI, tendo publicado muitos textos em que analisava os métodos utilizados e procurava explicar como conseguíram os portugueses realizar as navegações a longa distância e ver terra nos séculos XV e XVI. A partir das suas experiências de navegação à vela em diversos navios em que prestou serviço procurou explicar como os portugueses utilizavam já então os métodos mais adequados para fazer face aos ventos e correntes contrárias.



Fez viagens em que praticou a observação com astrolábio semelhante aos que usavam os portugueses no século XV, comparando os seus resultados com os obtidos em sextantes e cronómetros com auxílio de sinal de rádio. Destes estudos concluiu que a experiência dos navegadores portugueses da época dos descobrimentos foi determinante para possibilitar a navegação astronómica, e que as viagens eram devidamente planeadas a partir da experiência e que as suas rotas de regresso não eram fruto das tempestades e outros imprevistos, como defendiam alguns historiadores. São de destacar os seus estudos sobre o regime de ventos e correntes no Atlântico Norte, que obrigava os navegadores portugueses a contornar pelo mar largo as correntes e ventos contrários, no regresso da Guiné ou da Mina. Esta manobra, chamada volta da Guiné ou volta da Mina, e que Gago Coutinho habitualmente chamava ‘volta pelo largo’, começou a ser praticada em meados do século XV, sendo no início do século XVI uma navegação de rotina.

Fernando Reis




Publicações


A única publicação em livro foi o Relatório da Missão Geodésica da Ilha de S- Tomé 1915-1918. No entanto, publicou inúmeros trabalhos em publicações periódicas, tendo sido muitos destes trabalhos reunidos em dois volumes organizados e prefaciados pelo Comandante Moura Brás: A náutica dos descobrimentos. Os descobrimentos marítimos vistos por um navegador: colectânea de artigos, conferências e trabalhos inéditos do Almirante Gago Coutinho, Lisboa, Agência Geral do Ultramar, 1951-1952, 2 vols.

Muitos outros textos foram publicados em dois volumes editados por Teixeira da Mota: Obras completas de Gago Coutinho, Lisboa, Junta de Investigações do Ultramar, 1972.

Fontes: Centro Virtual Camões
Ciência em Portugal
Personagens e Episódios
Fotos: Net

José Gonçalves

DA BOCA DAS CRIANÇAS SAI A VERDADE!

*

"A minha querida amiga Rakel enviou-me esta carta que não podia deixar de partilhar convosco pelo relevo que o seu conteúdo merece"

Uma professora do ensino básico, de nome Ana Maria pediu aos alunos que fizessem uma redacção sobre o que gostariam que Deus fizesse por eles.


Ao fim da tarde, quando corrigia as redacções, leu uma que a deixou muito emocionada.

O marido, que, nesse momento, acabava de entrar, viu-a a chorar e perguntou:

- 'O que é que aconteceu?'

Ela respondeu:

'Lê isto.'

Era a redacção de um aluno.

“Senhor, esta noite peço-te algo especial: transforma-me num televisor.
Quero ocupar o lugar dele. Viver como vive a TV da minha casa.
Ter um lugar especial para mim, e reunir a minha família à volta....
Ser levado a sério quando falo... Quero ser o centro das atenções e ser escutado
sem interrupções nem perguntas.
Quero receber o mesmo cuidado especial que a TV recebe quando não funciona.
E ter a companhia do meu pai quando ele chega em casa, mesmo quando está
cansado.
E que a minha mãe me procure quando estiver sozinha e aborrecida, em vez de me
ignorar. E ainda que os meus irmãos briguem para estar comigo.

Quero sentir que a minha família deixa tudo de lado, de vez em quando, para
passar alguns momentos comigo.
E, por fim, faz com que eu possa diverti-los a todos.
Senhor, não te peço muito...
Só quero viver o que vive qualquer televisor!'
Naquele momento, o marido de Ana Maria disse:
- 'Meu Deus, coitado desse miúdo! Que pais'!
E ela olhou-o e respondeu:
- 'Essa redacção é do nosso filho'.


PS- Talvez valha a pena ler outra vez...

É triste mas é o que se passa nas nossas casas infelizmente....

José Gonçalves

UM NOVO E SUAVE DESAFIO! DE VOLTA AOS ANOS 60!


Das amigas Avelaneiraflorida e Amigona Avó chegou novo desafio e este apresenta-se muito complicado pois foram tantas as músicas que me fizeram dançar na juventude.

Exite no entanto uma diferença entre elas, é que se dancei ao som de todas elas, nem todas me fizeram sonhar...

Há momentos e momentos e algumas disseram-me bem mais que outras, quer pela melodia, quer pela companhia, quer pela ocasião...

Tentarei falar nas que me fizeram voar durante muitas noites. Vamos ver como me saio.



The Beatles foram talvez a música que mais me fez sonhar... que época...

All my Loving... And I Love Her... Because... Michelle... Yesterday... Do You Want to Know a Secret...



Roberto Carlos o Rei, ao som de quem tantas vezes dancei e namorei...

Eu te darei o céu meu bem... Não quero ver você triste assim.... e tantas outras...




The Platters.... outros que marcaram e de que maneira tantos e tão bons momentos...

Only You.... The Great Pretender...




Creedence Clearwater Revival que duraram pouco mas que me ofereceram tantos e tão bons momentos...

A Speel On You... Proud Mary...


Bob Dylan para os momentos suaves que nem sempre foram para dançar…

Blowin’ In the wind... Blue Moon...




Bee Gees… que irmãos endiabrados… quem não os conheceu e não trauteou as suas musicas....

I Started a Joke... Massachusetts...



Adamo nas horas mais românticas da minha juventude…

Tombe La Neige... J’Aime...

Seria injusto não falar noutros músicos que também me acompanharam naqueles tempos e de quem guardo igualmente grandes recordações. Ainda hoje os ouço com muito agrado. Aqui ficam pois:

Os ABBA, Pink Floyd, The Kinks, Doors, Donovan, The Animals, Deep Purple, The Byrds, The WHO, 1111, Gatos Selvagens …. e mais, muitos mais mas não vale a pena continuar senão nunca mais acabava.


Resta-me agora passar a MÚSICA a:


Fernanda e Poemas do http://fernananda55.blogspot.com/

Brancamar do http://brancamar.blogspot.com/

Maria Clarinda do http://sombrasdemim.blogspot.com/

Momentos do http://somomentos.blogspot.com/

Aramis do http://aramis-cavalgada.blogspot.com/

Isabel do http://sophiamar.blogspot.com/

São Banza do http://saobanza.blogspot.com/

E pronto desenrasquem-se.... por mim já está...UFA!!!!

José Gonçalves