sábado, 17 de novembro de 2007

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

AOS AMIGOS E A TODOS AQUELES QUE ME VISITAM

"A todos sem excepção, que a amizade seja encarada sem diferenças, sem racismo, sem deslealdade. Façamos dela uma Tertúlia de bom conviver, ainda que sejamos amigos virtuais".
José Gonçalves

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

ESPÉCIES EM VIAS DE EXTINÇÃO

ARARA-AZUL

“Retomo hoje um tema a que me propus há uns tempos atrás. Espécies em vias de extinção. A humanidade deveria saber criar as condições para que tal não acontecesse, por isso, e porque é uma realidade, aqui fica o meu alerta.”

A arara-azul (Anodorhynchus hyacinthinus), a maior ave entre os psitacídeos (família que inclui os papagaios, periquitos, jandaias e outras araras), está ameaçada de extinção. Restam apenas 3.000 araras-azuis na natureza, a maior parte delas no Pantanal. A destruição do seu habitat e a sua captura para o comércio são os dois factores que, combinados, levaram-na ao risco de extinção.

Possui uma plumagem azul com um anel amarelo em torno dos olhos, e fita da mesma cor na base da mandíbula. Seu bico é desmesurado parecendo ser maior que o próprio crânio. Sua alimentação, enquanto vivendo livremente, consiste em sementes, frutas, insectos e até de pequenos vertebrados.

Depois que nascem, as araras-azuis ficam cerca de três meses e meio no ninho, sob o cuidado dos pais, até se aventurarem no primeiro vôo. A convivência familiar dura até um ano e meio de idade, quando os filhotes começam a separar-se gradualmente dos pais.

Nome vulgar: ARARA AZUL

Classe: Aves
Ordem: Psittaciformes
Família: Psittacidae
Nome científico: Anodorhynchus hyacinthinus
Distribuição: Interior do sul do Brasil, Maranhão, Bahia, Mato Grosso, Minas Gerais e Goiás.
Habitat: Buritizais, matas ciliares e cerrado adjacente
Hábitos: Têm o vôo pesado, no entanto são capazes de descrever curvas fechadas
Longevidade: 30 a 40 anos
Maturidade: 3 anos
Época de reprodução: Novembro a Janeiro
Gestação: Incubação: 30 dias
Nº de filhotes: Dois filhotes
Alimentação na natureza: Semente e frutas
Alimentação em cativeiro: Amendoim, girassol, milho verde, coco seco, banana, mamão e laranja
Causas da extinção: Caça e Destruição do meio ambiente

Menos dotada que seus parentes, os papagaios, a arara só é capaz de aprender algumas palavras isoladas. Desde o século XVI as araras são muito procuradas como bichos de estimação e, antigamente, possuir uma arara era sinal de grande riqueza.

As araras maiores e mais coloridas são encontradas nas florestas tropicais das Américas. São frequentemente caçadas e mantidas em cativeiro. Existem 18 espécies de arara, todas com bico forte, língua carnosa e cauda longa em forma de espada. O bico forte permite que elas escavem o tronco das árvores para comer larvas de insectos. As araras, em geral, fazem ninhos no oco de árvores como palmeiras. Os ovos são postos na primavera e os adultos alimentam os filhotes regurgitando a comida. Com seis meses de idade as araras já são bichos adultos.

Proteja a Natureza.

Texto de Lúcia Helena Salvetti De Cicco

Fotos tiradas da net.
José Gonçalves

UMA QUESTÃO DE AMIZADE


Da Aramis Cavalgada recebi esta foto, simbolizando a amizade que, no seu caso particular temos vindo a cimentar pessoalmente.


Da Amigona Avó e da Neta Princesa, também fui agraciado com este lindíssima foto, numa prova de amizade que me sensibilizou.

Às duas deixo o meu muito obrigado e que a verdadeira amizade não seja uma palavra vã.

José Gonçalves

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

O MEU AMIGO ZÉ JOÃO

Rua principal da aldeia

Quando era garoto e passava as férias em casa da minha avó paterna, aqui bem no coração do Ribatejo, vivia em frente de nossa casa uma família de poucos recursos, das muitas que povoavam a aldeia. Lá viviam pai, mãe e dois filhos, o Zé João e a Graça.

Ele era o meu companheiro de brincadeiras nos poucos momentos que lhe restavam do seu trabalho no campo.

Pôr o pequeno rebanho de ovelhas, pertença da família, no pasto, era uma das suas responsabilidades.

Ajudava o pai, um pobre trabalhador rural, que de sol a sol vergava o corpo em direcção à terra a quem tratava por tu.

Ao Zé João, era vê-lo de manhã cedo, atrás do pai, sachola na mão e um cajado. À cintura um pequeno saco de pano com a merenda que a mãe lhes preparara de véspera. Por vezes o saco ia pendurado na ponta do cajado que ele punha ao ombro e lá seguíam os dois em direcção ao trabalho. Era assim todos os dias.

Quando ficava em casa, a mãe dizia-lhe a meio da manhã: Zé João vai levar a merenda "ó tê pai". E lá ia satisfeito como se estivesse a fazer a coisa que mais gostava na vida.

À tardinha, no regresso da "jorna", eu esperava-o sentado na soleira do portão da casa da minha avó.

Zé João!!! gritava-lhe eu, anda pá, anda brincar. E aquele menino homem, sempre com a mesma roupa vestida, acastanhada pela cor da terra, de botas largas e desabotoadas, sacudia das calças o pó, e quando entrava no meu quintal, os seus olhos brilhavam como se estivesse a entrar no paraíso.

Numa oliveira de certa idade, um baloiço feito por meu pai era o nosso melhor brinquedo. Uma velha corda, bem grossa, pendurada num ramo que parecia estar ali de propósito e como assento servia uma saca de serapilheira dobrada para não aleijar o rabo.

Era assim que brincávamos. Foi assim que brincámos anos a fio. De livros, nem vê-los, nem deles queria ouvir falar. Os pais também nunca viram uma letra e ele seguía as pisadas do progenitor, cujo sonho era apenas ganhar o sustento para a família. O Zé João, nunca fez outra coisa na vida, e nem mesmo tendo-me como companheiro, ele se interessou pelos livros.

Luz eléctrica naquela casa, nunca houve, nem mesmo quando ela chegou à aldeia. Dizia o pai do Zé João: para que precisamos nós da luz? Ela foge por entre as telhas...

Água canalizada nem pouco mais ou menos. Era ele Zé João quem tinha mais essa responsabilidade de ir buscar uma bilha de água à pequena bica que existia no meio da aldeia, uma, duas vezes, as que fossem precisas até encher uma talha que tinham na rudimentar mas acolhedora cozinha.

O chão da casa era de terra batida e o frio no Inverno era o companheiro de todas as noites.

Roupa era pouca e era a minha mãe, quem ao longo do ano, lhes dava as nossas já um pouco usadas. Muitas vezes nem serviam, mas a mãe do Zé João nada recusava e depressa as ajustava ao corpo dos filhos.

No Natal, bens alimentares e roupa nova eram as nossas prendas. Era assim que aquela gente se via na obrigação de deitar um olhinho aos meus avós.

Deus dá o frio conforme a roupa e é verdade, por isso raramente os ouvi queixarem-se dos maus tratos da vida.

A irmã do Zé João, ajudava a mãe nas lides de casa, mas de escola nem falar. Engordou a Graça, e muito. Não foi por isso que deixou de casar e ter filhos.

O Zé João, meu grande amigo de brincadeiras, nunca saiu da aldeia, acabando por se juntar com uma pequena da terra e vivem agora, numa minúscula casa no meio da serra, com um filho, de onde sai para trabalhar todos os dias, montado na sua velha bicicleta. A roupa que veste não é a mesma, mas o estilo mantém-se.

De um pequeno quintal, muito pequeno mesmo, tira umas batatitas que semeia todos os anos. Umas couves compõem o resto. A casa nunca lá entrei, mas iria jurar que não andaria muito longe da casa dos pais, que ficou para a irmã Graça, de onde ela nunca saiu e onde vive com o filho e o marido que lhe arranjou a velha casita e dela fazem o seu palácio.

O Zé João trabalha no campo, como o pai, e o filho, mesmo em pleno século XXI é bem capaz de não conhecer uma letra também. Está velho e cansado, e mesmo sendo da minha idade, parece ter mais uns bons aninhos em cima, que a vida vai deixando as suas marcas.

Vejo-o algumas vezes, raramente, quando lá vou à terra, e quando me vê e os copitos não lhe perturbam a visão e o equilíbrio, manda-me uma aceno e pergunta-me:

É Tó tás bummmm? Estim’ in ver-te home?

Assim mesmo, não a falar, cantando bem à moda da aldeia, que tem hoje tudo a que tem direito: estradas e caminhos alcatroados, luz eléctrica em toda a aldeia, água canalizada, Capela e novos acessos à estrada nacional que liga Rio Maior a Santarém.

O meu quintal ainda lá está. Continua nosso e o velho baloiço continua pendurado no mesmo tronco de oliveira que parece se vai mantendo ali de propósito, à espera que voltemos a ser meninos.

José Gonçalves

SONETO PERPLEXO


SONETO PERPLEXO

A vitória do tolo é um mistério sacral
e já arranquei mil vezes meu olho direito,
mas na órbita vazia resplandece, igual,
a glória incompreensível do idiota perfeito.

"Sim, sim; não, não" – mas o olho que não vê o que vê
diz sim ou não? Senhor, é a Ti que devo olhar
com o olho que não tenho, e ver o que ele crê
haver por trás do que, nas trevas, já não há?

Eu gostaria, sim, de poder extirpar,
junto com o olho, o mundo, mas não sei dizer
se essa sangrenta mágica vai funcionar:

tornar caolho o justo há de retificar
o mal que ele a si mesmo faz ao pretender
trocar o sim por não em vez de o declarar?

OLAVO DE CARVALHO

terça-feira, 13 de novembro de 2007

MAIS UM QUE FICA FORA


"Do Jornal Oeste OnLine retirei a notícia que vos deixo. Não pela notícia em si, pois casos destes são já comuns. Apenas porque foi por aqui, pelas Caldas da Rainha, que se desenrolaram os campeonatos mundiais de juniores de Pentatlo Moderno".

Passo a citar:

A Federação Portuguesa de Pentatlo Moderno (FPPM) foi contactada pela sua congénere cubana para prestar esclarecimentos sobre o paradeiro de um técnico que acompanhou um atleta participante nos campeonatos mundiais de juniores, que se disputaram nas Caldas da Rainha.

A delegação cubana era uma das mais pequenas, sendo apenas composta pelo atleta Yaniel Velázquez Garcia, de 19 anos, da província de Ciudad de la Habana e do município de Boyeros, e pelo treinador Yonier Alvarez, do qual não foram divulgados mais dados.

Passados alguns dias após os campeonatos terem terminado, a federação cubana telefonou-nos a perguntar se sabíamos onde se encontrava o treinador, uma vez que só o atleta tinha regressado ao País”, revelou ao OESTE ONLINE o responsável da FPPM, Manuel Barroso.

Respondemos que o atleta foi encaminhado para o embarque no avião, como todos os outros participantes, e não sabíamos do técnico que fazia parte da comitiva cubana, que não apanhou o ‘transfer’ connosco, pelo que lhe perdemos o rasto e desconhecemos se seguiu no voo que estava previsto”, adiantou.

Segundo o presidente da federação, os responsáveis do organismo cubano não voltaram a efectuar novo contacto, não sabendo por isso se o treinador chegou a aparecer ou se estará em parte incerta.

As supostas desconfianças da federação cubana sobre o paradeiro do técnico poderão ter a ver com a fuga do País de vários desportistas, aproveitando a realização de provas internacionais. O regime de ditadura fomentado durante anos por Fidel Castro também se repercute nos desportistas, impedidos de saírem do país para viverem e trabalharem no estrangeiro.

Já ouvimos falar de situações destas que terão ocorrido noutras competições”, admitiu Manuel Barroso. Em Julho, por exemplo, Rafael Capoti, um atleta da selecção cubana de andebol, abandonou a delegação do seu país, quando se encontrava nos XV Jogos Pan-Americanos, que decorriam no Brasil, para se juntar a um compatriota, igualmente exilado, que jogava num clube brasileiro. Também os pugilistas Guillermo Rigondeaux e Erislandy Lara planearam desertar, a ponto de requererem vistos para a Alemanha. Como resultado, o governo cubano proibiu a participação dos atletas no Campeonato do Mundo nos Estados Unidos, para evitar o assédio de empresários e deserções.



Já o embaixador de Cuba em Portugal, Jorge Castro, contactado pelo OESTE ONLINE, revelou que “só sei que o treinador do nosso campeão nacional e pan-americano de Pentatlo Moderno, ao concluir a competição, lhe disse que iria a Espanha antes de continuar viagem”.

O responsável diplomático declarou “não ter informação directa nem actualizada, uma vez que não é assunto da nossa competência”.

A FPPM colaborou na obtenção de vistos temporários concedidos pela embaixada portuguesa em Cuba com validade durante o período dos campeonatos, que decorreram entre 25 e 30 de Setembro, juntando cerca de 200 atletas provenientes de 31 países.

Os dois cubanos chegaram no dia 23. As expectativas eram boas, apesar de Cuba não ter ainda tradição no Pentatlo Moderno. Os resultados obtidos nos XV Jogos Pan-Americanos, nos quais o atleta conquistou a medalha de prata, faziam sonhar com uma nova prestação positiva, tanto mais que é um dos quatro atletas do continente americano seleccionados para os Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008.

No dia 26 Yaniel Garcia disputou as modalidades de tiro, natação, esgrima e corrida e ficou em 16º lugar no grupo B de qualificação, passando à fase final, que incluiu também uma prova de hipismo, no dia 28, terminando em 29º entre os 36 apurados. O regresso ao país estava marcado para 1 de Outubro.

A organização do evento ficou responsável pela deslocação das comitivas desde o aeroporto de Lisboa até ao local da competição. Os participantes ficaram alojados em unidades hoteleiras da região das Caldas da Rainha e após as competições foram de novo transportados em autocarros fretados pela FPPM até ao aeroporto.

A escolha das Caldas da Rainha para a realização destes campeonatos deveu-se à existência de um clube representativo nesta modalidade, pertencente à associação humanitária dos bombeiros voluntários, e ao apoio manifestado pela autarquia local.

Notícia de Francisco Gomes do jornal Oeste OnLine.
José Gonçalves

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

A LEI E O HUMOR INGLESES


"Do Mundo à Sexta extraí este artigo de Maria Lopes. Pela originalidade da informação e pelo humor que nos provocam estas noticias não pude deixar de a postar. Prestem atenção pois".
Passo a citar:

O choque de culturas pode trazer problemas aos turistas, mas há leis tão estranhas que até os cidadãos locais devem ter cuidado. Muito cuidado.

É proibido morrer no Parlamento britânico. Não é morrer politicamente, é morrer mesmo, perder a vida. Esta é a lei – sim é uma lei – mais extravagante do Reino Unido e o título foi-lhe atribuído por uma votação feita pelo canal UKTV Gold.

Mas a lista das leis mais « estapafúrdias» não fica por aqui, segundo um artigo da BBC Online: cuidado para não colar o selo de correio com a cara do rei ou da rainha britânicos de pernas para o ar. Será acusado de traição. Também é ilegal que uma mulher faça topless em Liverpool excepto se for empregada de balcão de uma loja de peixes tropicais. Ah, e se mudar para a Escócia e alguém lhe bater à porta aflito para ir à casa de banho, o melhor é deixá-lo entrar: a lei obriga-o a prestar tal auxílio. E por falar em necessidades fisiológicas, uma mulher grávida pode «aliviar-se» onde entender, incluindo no capacete de um policia.

A nível internacional também há motivo para o riso. Os Estados Unidos são os maiores contribuintes: no Ohio (EUA) é proibido pescar um peixe bêbedo (o peixe, não o pescador); no Alabama não se pode guiar com os olhos vendados; na Flórida as solteiras que saltarem de pára-quedas ao domingo podem ir presas. Na Suíça os homens não podem urinar de pé a partir das 22h00; em França não se pode baptizar um porco com o nome de Napoleão; e o castigo para a masturbação na Indonésia é a morte.

Então que tal, pensavam que só por cá é que haviam leis meio malucas? Pois estão enganados. Países ditos civilizados como o Reino Unido, a França, a Suíça, os Estados Unidos.... afinal ainda têm leis piores que em muitos países menos civilizados.

José Gonçalves

É TEMPO DE DIZER BASTA !


Já não bastava o facto de estar meio preocupado ontem à noite, com o principio de pneumonia do meu filho, eis que me toca o telefone a horas menos próprias.

Sempre que isto acontece fora de horas, os nossos corações cá em casa aceleram e de que maneira. Como não é muito normal, ficamos normalmente em sobressalto.

Ontem confirmou-se a regra.

A noticia caiu que nem uma bomba. Num brutal acidente à saída de Alcobaça, perderam a vida duas jovens e um outro estava em perigo de vida no Hospital de Coimbra.

Uma das jovens que perdeu a vida de imediato era filha de amigos e a outra a namorada do filho que também seguía no mesmo veículo e que está internado em Coimbra, ao que julgo saber livre de perigo mas ainda de prognóstico reservado.

Vão ser uns dias muito maus estes que se aproximam.

Perante mais este cenário de dor, apetece-me perguntar: que se passa nas estradas portuguesas meus amigos? Que cartas de condução são estas que são passadas? Que falta de consciência na estrada é esta?

Antigamente, toda a gente se queixava das estradas do país, agora essa desculpa já não pega, e embora muitas ainda estejam com deficiências, a verdade é que as principais estão já a um nível muito aceitável.

Há uns dias fomos todos acordados com a noticia de que uma condutora perdera o controle do seu carro no Terreiro do Paço, em Lisboa, e ceifara a vida de duas mulheres, mãe e filha, tendo ficado uma outra da mesma família em estado grave.

Na estrada Nacional 125, no Algarve, um criminoso qualquer abalroa um outro veículo onde seguía um casal que teve morte imediata, e não contente com isso, ainda foge do local do acidente.

Em Tires, uma avó e dois netos, são atropelados num passadeira. Morre uma das crianças, de seis anos que segundo li, foi atropelada duas vezes, tendo a avó e o outro neto ficado gravemente feridos.

Em mais um brutal acidente, entre um ligeiro e um autocarro transportando alunos da Universidade Sénior de Castelo Branco perdem a vida 13 pessoas, números que terão aumentado dias depois para 15, ainda com alguns feridos em observação.

Estes são só aqueles acidentes que a comunicação social trouxe ao nosso conhecimento, porque muitos outros acontecem sem que deles tenhamos conhecimento.

Que se passa? Anda tudo louco ou as licenças que se passam não correspondem à realidade?

Os teóricos, aqueles que sempre que um acidente vem nas noticias diárias se apressam a vir afirmar que é preciso alterar o rumo dos acontecimentos, que é preciso ter uma maior fiscalização, e que mandam, têm mesmo de pôr em prática o que afirmam.

Andam para aí muitos loucos e inconscientes que se matam e matam os outros. É hora de dizer basta. São as vidas de todos nós que estão em perigo. São as dos nossos filhos que quando os deixamos de manhã na escola, ficamos sem saber se de tarde não nos chegarão noticias menos agradáveis.

Não falo daqueles que não têm carta de condução, porque esses são mesmo criminosos antes de o serem, sempre que conduzem sem o poderem fazer, falo dos outros, dos encartados e por muito que custe, é preciso que de vez em quando, esses sejam obrigados a prestar provas da sua capacidade de condução.

Eu considero-me dentro destes, ninguém está acima de nada, nem tem o direito de continuar a ceifar vidas na estrada se não estiver nas suas perfeitas condições. Se eu não estiver nestas condições que me seja interdita a possibilidade de conduzir, embora o carro seja a minha ferramenta de trabalho.

Que se passa meus amigos, que se passa? Alguém tem resposta para isto?

José Gonçalves

UMA BOA SEMANA



Faça o favor de ser feliz e ... sorria sempre!

José Gonçalves

domingo, 11 de novembro de 2007

SÃO MARTINHO DO PORTO


FESTAS EM HONRA DE SÃO MARTINHO DO PORTO

Estão a decorrer em São Martinho do Porto, as Festas em honra do Santo que deu nome à terra. São três dias de pequenos festejos que a vida não está para muita animação.

Mesmo assim, por entre bailes, castanhas, água-pé, fados, missa e procissão, a população lá vai respondendo conforme pode.

Ontem foi dia de bailareco, bem à moda da aldeia, com uma razoável participação dançarina, e pela noite dentro uma sessão de fados para animar a malta.

Correu bem a tarde e noite de ontem, com o Presidente da Junta a participar nas cantorias, alegrando o povo, que é disto que ele gosta, ele e o povo. Por alguma razão já vai no terceiro ou quarto mandato, nem me lembro, o que para o caso pouco importa.

Estes festejos, aos quais me sinto particularmente ligado, perderam o seu cariz inicial e aparecem aos nossos olhos como uns festejos menores, pobres e sem grande projecção. São mais uns para cumprir calendário e tradição, que nem é muita. Louve-se a iniciativa da Junta de Freguesia e do novo pároco da Vila, que fez questão de ver e sentir ao vivo e a cores, o pulsar do seu rebanho.

A propósito de pároco, tive ontem a oportunidade de o conhecer pessoalmente, pois confesso ainda não pus os pés na Igreja desde a sua chegada. Jovem e participativo, pareceu-me boa pessoa e empenhado na unificação do povo. Bons indícios, particularmente porque a sua atitude de se manter até ao fim da sessão de fados me deixou positivamente agradado. Promete este Padre Joaquim Gonçalves.

Mas, se como disse os festejos são pobres, ontem ficaram enriquecidos porque se prestou homenagem, de forma expontanea, a um casal de naturais de São Martinho do Porto, mais propriamente do Bom Jesus, Serra dos Mangues, um dos Lugares da Freguesia, onde sempre viveram.

O Ti Laré e a Tia Agostinha, como são conhecidos, são figuras incontronaveis e de uma simpatia marcante. No meu caso particular, grandes e queridos amigos e vizinhos pois tive uma casa quase encostadinha à deles naquela Serra, e ainda hoje guardo gratas recordações de muitas tardes bem passadas, ouvindo histórias desta terra, das suas gentes, dos seus usos e costumes e do seu folclore, que os dois fizeram parte do que eles chamam Rancho Folclórico, mas que eu considero mais “marcha popular” dado o trajar que usavam ser todo igual. Este facto nem sequer é relevante, porque o que é verdade é que o povo se juntava e cantava e dançava, mesmo vivendo com dificuldades.

Quantas e quantas tardes o Ti Laré me trauteou dezenas de “modas” do seu tempo de menino e moço, à mistura com um ou outro fadito. De vez em quando a Tia Agostinha lá o emendava, e ele concordando umas vezes outras nem tanto, lá emendava e voltava a cantar do mesmo jeito.

Quero-vos dizer, que o Ti Laré tem 93 anos de idade, e a Tia Agostinha 89.

Pese embora alguns problemas de saúde, que o acumular dos anos vem trazendo, à mistura com um acidente que pôs o Ti Laré meio cá meio lá, pois foi atropelado, e do qual recuperou, lá vão os dois fazendo companhia um ao outro, tendo agora também a viver consigo o José da Costa, seu único e orgulhoso filho. Na casa ao lado da que moram, netos e bisnetos vão sendo testemunhas de um exemplo de vida que irá perdurar para lá da existência destes dois seres maravilhosos da nossa comunidade.

Pois é meus amigos,dizia-vos há pouco que as festas de ontem ficaram enriquecidas com a homenagem que todos de pé prestámos a este casal, e agora digo-vos qual o motivo que nos levou a cantar os parabéns aos dois. É que ontem faziam 68 anos de casados, 68 anos de casados repito, uma vida cheia de força e de coragem.

Foi bonito de ver e de sentir. O abraço sentido que o filho José Costa me deu, com a lágrima ao canto do olho, embrulhou-me de novo as palavras em soluços, sinal de que os meus anitos também já vão fazendo mossa.

Deixo nestas colunas os meus PARABÉNS aos noivos, aqueles eternos noivos que ainda hoje com a idade que têm, pela manhã se entretêm a tratar das suas terras de enxada na mão, cavando-a ou tratando do milho. A terra que os há-de receber só terá de os tratar bem, pois ao longo destes anos o Ti Laré e a Tia Agostinha não fizeram outra coisa senão tratar bem dela e de todos os que os rodearam.

Bem hajam meus amigos, pelo exemplo de vida, verticalidade e humildade, que nos têm transmitido nestes anos todos e que Deus nos dê a graça de podermos ir contando convosco entre nós, que essa graça é vossa também, mas somos nós que temos esse privilégio.

Um grande abraço deste vosso amigo.

José Gonçalves